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Os ovários fazem parte dos órgãos reprodutivos da mulher e ficam um de cada lado do útero, logo abaixo das trompas (tubas). Contêm os óvulos - que se desenvolvem a partir dos folículos e produzem alguns hormônios. Os principais são estrogênio e progesterona que são os responsáveis pelas características sexuais femininas, reprodução, vigor da pele e mucosas, manutenção da densidade mineral óssea, entre outros.

O cisto ovariano ou, simplesmente, cisto no ovário, nada mais é que uma “bolsa” revestida por uma membrana fina, com líquido em seu interior que se forma dentro ou ao redor do ovário. Pode causar dor na região pélvica, inclusive durante relações sexuais, menstruação irregular e até dificuldade para engravidar, como ocorre nos quadros de endometrioma. Em 90% dos casos, o cisto ovariano é benigno, sendo mais comum em mulheres com idade entre 15 e 35 anos, porém pode surgir também em outras faixas etárias.

São vários os tipos de cistos que se formam no ovário, porém os mais comuns são chamados de cistos funcionais, formados durante o processo de ovulação:

** Cisto folicular – É formado pelo folículo que não conseguiu se romper durante o ciclo menstrual e, com isso, passa a acumular líquido em seu interior, aumentando de tamanho. Quando atinge, pelo menos, 2,5 cm de diâmetro é chamado de cisto folicular. É o mais comum entre mulheres jovens e costumam a desaparecer espontaneamente após algumas semanas.

** Cisto de corpo lúteo – No momento da ovulação, quando o folículo ovariano dominante se rompe e libera o óvulo que vai para uma das tubas uterinas, esse folículo que rompeu passa a se chamar corpo lúteo. Caso o óvulo não seja fecundado, o corpo lúteo regride e desaparece em poucos dias. O corpo lúteo é de fundamental importância quando a mulher engravida, pois as suas células produzem um hormônio chamado progesterona que ajuda na implantação do embrião e é responsável pela manutenção da gestação até a formação da placenta que ocorre geralmente por volta de 12 semanas. Os cistos de corpo lúteo também costumam desaparecer sozinhos quando a mulher não engravidar.

** Endometrioma - Trata-se de uma lesão decorrente da endometriose profunda nos ovários. É caracterizado pelo sangue escuro (cor de chocolate pela deposição de hemossiderina) e tecido endometrial. Costuma causar dor em especial no período menstrual ou durante o ato sexual. Quando se rompem, causam dor intensa na região abdominal, simulando um quadro de doença inflamatória pélvica (DIP) ou apendicite.

** Cisto dermoide - Também chamado de teratoma cístico maduro, é um tumor benigno que surge em mulheres jovens. Por ser uma neoplasia de células germinativas, esse tipo de cisto pode conter pedaços de osso, cabelo, pele, gordura e até dentes. Esse tipo de cisto tem um risco de bilateralidade de até 25%. Pode causar dor e podem ultrapassar os 10 cm de diâmetro. Apesar de ser benigno, em casos raros, pode ser um câncer ovariano. Menos de 2% dos cânceres de ovário são tumores de células germinativas, os mais comuns são: teratomas imaturos, disgerminomas, tumores do seio endodérmico e coriocarcinomas.

** Cistoadenoma - É um tumor benigno do ovário de origem epitelial. Os dois tipos mais comuns de neoplasia epitelial são os tumores mucinosos e os serosos. Podem atingir grandes dimensões e surgirem em ambos os ovários, não costumam desaparecer de forma espontânea, necessitando de tratamento cirúrgico.

** Fibroma ovariano: É o tumor sólido benigno mais comum e o seu tamanho pode variar desde microcistos até pesarem mais de 20 kg.

** Cisto hemorrágico - Ocorre quando há sangramento na parede do cisto para o seu interior, podendo causar dor pélvica.



Os sinais de alerta que podem indicar uma possível torção do ovário, havendo necessidade de cirurgia urgente são:

- Dor súbita e intensa na região pélvica

- Náusea e vômito, que pode ser confundida com apendicite ou obstrução intestinal. Caso a mulher apresente estes sintomas deve ir ao pronto socorro o quanto antes. Os cistos com maiores chances de se romperem ou de haver torção são os que medem mais de 8cm. Além disso, a mulher que consegue engravidar com um cisto grande tem maiores chances de torção, entre as 10 e 12 semanas, porque o crescimento do útero pode empurrar o ovário, havendo torção.

- Dor intensa na região pélvica e febre, podem sugerir um quadro de doença inflamatória pélvica aguda (DIPA), algumas vezes com abscesso ovariano (um outro tipo de cisto de ovário) e com necessidade de tratamento urgente.